quinta-feira, 11 de agosto de 2011

companhias

é a presença clichê
do triste sabiá perdido
que floresce o ipê
roxo-rosa de não mais contido

assim como papel branco
invariavelmente, de caneta depende
à base de risco-rabisco-tranco
pra que, de verso em verso, poema emende

sábado, 6 de agosto de 2011

cisco doce

acaba que floresce no inverno
de larga pétala e suave tom

por esparramar o aroma morno
por colorir onda sopro e som

folia de luzes:
eis que brota sentimento bom

terça-feira, 26 de abril de 2011

endorfinas

pensas pesas planejas
arrepende-se aqui e acolá
prêmio final: almejas

mostrador digital do despertador
deliciosa bomba armada
diária incerteza, temor

hormônio a mais hormônio a menos
no fim tudo é presença e ausência dos tais
químicos, físicos fenômenos

aos quais tudo dedicamos

domingo, 24 de abril de 2011

transcendência

nota-se latente
alusão à fuga, ardente

nota-se presente
ode ao vento, pungente

o sopro então obedece e vem e leva
o corpo que pede

alma que vai

quinta-feira, 14 de abril de 2011

verso premeditado

composição poética
produzindo poema pronto
blasé em proparoxítonas
sempre no mesmo ponto

sem fuga possível
temática pré-cozida
poesia já impressa
na impureza de uma folha limpa