quinta-feira, 15 de setembro de 2011

vontades

quis o mar a brisa
quis a brisa cabelo
que solto
leve
quis a pele

ciclo de quereres
enlaçam-se em consumo mútuo
a cada sopro toque imagem
a cada fruto

sopros de inconstância
que mirabolam cá e lá
a coreografia de desejos
incontidos
réles
faz-se aflorar

por fim
costura-se tal trama de vulgaridades
bordadas à mão
no linho do acaso
pontos, um milhão

desejos estes
que de tão pequenos
contrastam com querer meu
querer meu que
límpido

resume-se a ti

Um comentário:

  1. O último verso desmascara o resto do poema, que pra mim, de certa forma, desmascara o último verso. Eu gostei, até posso ter interpretado de forma errada, mas é adorável, ganhou um voto.

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