terça-feira, 6 de setembro de 2011

monóxido de cotidiano

quarta
céu quase preto/branco de nebuloso
acinzentado que vem do chão
chão paulista o qual encaro em contramão

a fim de florir
me alimento dos poluentes sonoros
visuais, texturatos
gasosos
alheios

espero o farol
pra pedestre eu poder cruzar
avenida a pulsar em meus pés
ao crepúsculo,
cardeal arcoverde a me entornar

sons graves de baixo no fone da orelha esquerda
-outro escorregou na esquina com a fradique-,
andar
inconscientemente
ritmado

nervos meus se enervam
pelo solo e se perdem
dentre fatos mil
metropolitanos mil

o grande organismo
luzes cores gases
andares cliques atrasos
buzina transa cumprimento
porta batendo
xingamento

vem de todo lado
a cada passo rumo ao centro
intensifica-se

e culmina na sé

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